terça-feira, 12 de junho de 2012

Inflamação Aguda


A inflamação é classicamente dividida em aguda e crônica. A aguda é a resposta inicial a lesão celular e tecidual, predominando fenômenos de aumento de permeabilidade vascular e migração de leucócitos, particularmente neutrófilos. Localmente caracteriza-se pelos sinais cardinais da inflamação e o exemplo mais claro é o abscesso. Se a reação for intensa, pode haver envolvimento regional dos linfonodos e resposta sistêmica na forma de neutrofilia e febre, caracterizando a reação da fase aguda da inflamação. Todas estas respostas são mediadas por substâncias oriundas do plasma, das células do conjuntivo, do endotélio, dos leucócitos e plaquetas, que regulam a inflamação e chamadas genericamente de mediadores químicos da inflamação. A inflamação deve, portanto ser entendida como uma série de interações moleculares, como, aliás, ocorre em outros processos biológicos. A inflamação aguda tem como objetivo principal a eliminação do agente agressor, ocorrendo freqüentemente destruição tecidual. Os fenômenos agudos, como o próprio nome diz, são transitórios, havendo posteriormente a regeneração ou cicatrização da área envolvida, ou cronicidade do processo se o agente agressor não for eliminado.

Lesão tecidual   -    inflamação aguda      -    regeneração, cicatrização, inflamação crônica. 

- PERMEABILIDADE VASCULAR- MICROCIRCULAÇÃO
 A microcirculação corresponde aos segmentos vasculares envolvidos na nutrição dos tecidos e na reação inflamatória. A morfologia dos pequenos vasos é simples, mas as funções fisiológicas desempenhadas são complexas e ainda não bem conhecidas.  Os capilares normais e possivelmente as vênulas de menor calibre, permitem passar livremente através de suas paredes água, sais, aminoácidos, glicose e outras pequenas moléculas. As moléculas lipossolúveis passam pela célula e as hidrossolúveis pelas junções e canais intracelulares.
As proteínas escapam em mínima quantidade, com exceção do fígado e intestinos onde a presença de capilares fenestrados permite o intercâmbio de moléculas maiores. Nestes vasos de pequeno calibre as pressões hidrostática e osmótica regulam a passagem de líquido através das membranas endoteliais.

- MORFOLOGIA DOS PEQUENOS VASOS

 Os pequenos vasos (pré-capilar, capilar, pós-capilar) diferem entre si pelo diâmetro, apresentando morfologia semelhante. Os segmentos mais próximos às arteríolas formam líquido tecidual e os que estão em continuidade com as vênulas reabsorvem. Os principais fatores envolvidos na formação e reabsorção do líquido tecidual são as pressões osmóticas e hidrostáticas.  O esquema abaixo ilustra a formação e reabsorção do líquido tecidual. Um capilar venoso passa a formar líquido, se a pressão osmótica diminuir e/ou a hidrostática aumentar. Na inflamação a pressão hidrostática aumenta e a osmótica tende a diminuir, devido a saída de proteínas para o espaço intersticial.


(Processo: Trombose e inflamação aguda. Esta foto mostra o epicárdio contendo um ramo de coronária com acentuada reação inflamatória aguda atingindo a parede arterial estendendo-se ao tecido adjacente. No interior do ramo arterial formou-se um trombo (seta) que é representado pelo material eosinófilo com aspecto hialino sob a forma de traves (ou trabéculas) de espessura variável que se anastomosam, delimitando espaços também variáveis.)


SuimaraAraujoCosta

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