Inflamação crônica
A inflamação crônica dura semanas, meses ou
anos, enquanto a inflamação aguda tem curta duração, horas ou dias.
A inflamação aguda é caracterizada pelos fenômenos
vasculares e exsudativos enquanto a inflamação crônica é
caracterizada pelos fenômenos proliferativos, com formação de fibrose.
As possiveis evoluções da inflamação aguda são:
Resolução
Cura por fibrose
Progressão para inflamação crônica
Ocorre resolução quando o processo inflamatório
agudo é bem sucedido, atingindo o seu objetivo de conter, diluir e
destruir o agente agressor, ocorrendo pouca destruição tecidual. Neste
caso o edema e as proteínas são drenados pelos vasos linfáticos; os leucócitos
polimorfonucleares neutrófilos do foco inflamatório sofrem apoptose e são
fagocitados pelos macrófagos juntamente com os restos necróticos. Depois disso
o tecido inflamado volta ao normal.
Ocorre cura por fibrose quando o dano
tecidual é maior e não é possível restabelecer a estrutura normal do órgão ou
tecido lesado, sendo a área necrótica substituída por uma cicatriz fibrosa.
Neste caso ocorrem fenômenos semelhantes aos da resolução porém há proliferação
vascular e de fibroblastos que se encarregam de produzir e depositar colágeno no
interstício.
Quando o agente agressor não é destruído prontamente
ou o material necrótico não é reabsorvido ou eliminado (abscessos por exemplo),
ocorre a inflamação crônica.
A inflamação crônica ocorre nas seguintes situações:
Infecção persistente por certas bactérias como
por exemplo o bacilo da tuberculose
Exposição prolongada a determinadas substâncias
irritantes tais como a sílica
Reações autoimunes como por exemplo no lupus
eritematoso sistêmico
Características morfológicas
Infiltrado inflamatório por células mononucleares (macrófagos,
linfócitos e plasmócitos)
Destruição tecidual que é produzida pela
persistência do agente agressor ou pelas células inflamatórias
Tentativa de reparo que produz tecido
conjuntivo.
Efeitos sistêmicos da inflamação:
Febre - é produzida como resposta a substâncias
(pirógenos) que provocam a liberação de mediadores que agem no hipotálamo,
desencadeando a liberação de neurotransmissores que reprogramam o nosso
termostato corporal para uma temperatura mais alta. É um mecanismo de defesa.
Proteinas da fase aguda - proteina C
reativa, fibrinogênio, proteina amilóide A sérica são produzidas pelo
fígado e aumentam nas infecções, podendo ser dosadas ou indiretamente estimadas para diagnóstico.
Em infecções crônicas, a produção continuada de proteína amilóide A sérica pode
levar à amiloidose secundária.
Leucocitose- ocorre por causa do aumento
da liberação de leucócitos pela medula óssea (estimulada por
citocinas), inclusive leucócitos ainda imaturos (desvio para a esquerda).
Sepsis - em infecções bacterianas graves, a
grande quantidade de bactérias ou de lipopolissacarideos bacterianos (LPS ou
endotoxinas) presentes na circulação provocam a produção de grande quantidade
de citocinas que por sua vez desencadeiam coagulação intravascular
disseminada, consumo de fatores da coagulação e hemorragias. Citocinas podem
causar lesões hepáticas e prejudicam a sua função e consequentemente hipoglicemia por
baixa da gliconeogenese. Aumento da produção de óxido nítrico leva a
falência cardíaca aguda e choque. Esta tríade (coagulação intravascular
disseminada, hipoglicemia e insuficiência cardíaca aguda é conhecida como choque
séptico. A inflamação e as tromboses percebidas em diversos
órgãos podem ocasionar falência d múltiplos órgãos tais como os pulmões
(síndrome da angustia respiratória do adulto - SARA), os rins (insuficiência
renal aguda - IRA) e os intestinos.
Outras manifestações - taquicardia, tremores,
calafrios, anorexia, sonolência, palidez.


Nenhum comentário:
Postar um comentário